@ tainah negreiros

terça-feira, 30 de março de 2010

Quantos encontros haverão com Clarice? Voltei a ler sua biografia, que tinha abandonado ainda no fim do ano passado nem sei por que. Talvez pela minha fragilidade e força muito feminina desse começo de ano, voltar a ler a trajetória de Clarice faça ainda mais sentido, apesar de sempre ter preferido o que ela tinha a dizer e a manter em segredo sobre viver.
Me senti um tanto desconfortável no começo com o tratamento do autor na biografia, mas agora já começo a lhe entender, mas ainda fico com uma mania de procurá-la nas brechas da narrativa interessada de Moser.
E ela se parece muito com a minha vida, muito mesmo, não sua história, mas ela, se parece com a minha vida, com esse jeito dolorido de encarar as coisas que consegui melhorar, e com o jeito de estar bem, mas cansada, sei que é pretensão dizer isto, mas é que hoje o dia é dela, disso que reconheço nela, nesse senso de confissão sem deus, por essa espera de deus "como quem cai no nada". E claro, sei que ela não é só minha, só hoje a noite, com saudade da minha casa, e da vista do quarto que não vou ter mais. É, nessa confissão como quem cai no nada.
Fiquei com saudade demais dela, e dos anos que a lia todo santo dia pela companhia do seu entedimento e da sua doação. E tem uma coisa feminina que eu elaboro esses dias, que eu desejo filmar, escrever, nem sei o que é, comecei a dizer pra Mari, pra Arthur, mas não sei bem o que é, sei que intuitivamente me voltei pra bio da Clarice e fico pensando no que ela já me dizia faz tempo.

how beautiful could a being be


"Eu não quero esta casa. Quero uma justiça que tivesse dado chance a uma coisa pura e cheia de desamparo em Mineirinho — essa coisa que move montanhas e é a mesma que o fez gostar "feito doido" de uma mulher."

sexta-feira, 19 de março de 2010



não importa a idade de Resnais
neste filme
um menino
ou um velho que já viu muito?
não sei, sei que ele entende de gente

e sabe, como ele, também me apaixonei por esta mulher ruiva.

quinta-feira, 4 de março de 2010

cinema transcendental

esse "Shara" de Naomi Kawase me fez pensar sobre tudo
sobre a casa
sobre a vista do rio que tenho do avião e que me faz chorar
sobre passar pelo rio pra ir a qualquer lugar
sobre quando não haviam vizinhos
quando havia muita lama
e ainda não tinham cortados as mangueiras
lembrei de quando arthur chegou lá pela primeira vez

esse filme da kawase me baqueou
me fez pensar com muita força
no xamego do meus pais com cada planta que brota.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Everybody knows that our cities were built to be destroyed
You get annoyed, you buy a flat, you hide behind the mat
But I know she was born to do everything wrong with all of that
Maria Bethânia, please send me a letter
I wish to know things are getting better
Better, better, better, Bethânia