@ tainah negreiros

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

deixar a sua luz brilhar e ser muito tranquilo
deixar o seu amor crescer e ser muito tranquilo

sobre não ter o que dizer diante certas coisas da vida
certas coisas maiores que nós
sobre gemido, grunido, grito, som
sobre ultrapassar o que diríamos arte
e ser eterno por ser vida, existência
isto que é sobre um irresistível desejo
de confissão

Enriquieta e Fellini.

domingo, 27 de janeiro de 2008

e eu sinto uma saudade de João Vale hoje à noite.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Entre cantigas de abraçar, estradar, ou daquelas feita para voar, dessas mesmo, cantigas de Elomar e seu elo não feito, recusado em troca da terra seca. E eu penso na terra e nos homens, mulheres e crianças sobre a terra, dentro da terra ou mais perto e empoeirados dela que outros. Amores retirantes, idas a feira, lamentos, celebrações e lampejos de luz de madrugada. As canções de Elomar são das coisas mais lindas que já ouvi na vida e até demorei pra dizer isso aqui.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008


"se ao menos fosse dor que ela sentisse e não esses sonhos sem sossego, esses intermináveis e exaustivos sonhos, ele poderia procurar algum alívio para ela. Assim pensava Pedro Páramo, a vista fixa em Susana, acompanhando cada um de seus movimentos. O que aconteceria se ela também apagasse quando apagasse a chama daquela débil luz com que ele a via?"

a mulher de outro mundo
o corpo que se contorce
e um não saber
não saber lidar mais com a alma
grito em resposta ao corpo
silêncio em resposta ao grito
chamado, pedido
prece
e o sono
que vem como compaixão

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008


ainda sobre sonhos
neles eu amo como na vida
mas entre distâncias transpostas
palavras ditas
beijos e abraços dados
e a lembrança de que sim, são vida
em outra instância
noutra elevação
numa graça
numa doçura única
da sua falta de razão

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Vivência


Essa moças de Schiele me lembram esses sonhos sujos que o título do blog se refere. Sonhos que são sujos na verdade nem por sê-los, é quase um jeito bobo de dizer o que achariam os outros se soubessem deles, se soubessem da sua falta de razão. A moça de Schiele me lembra a mulher que penso agora, a mulher nua pela casa numa procura, num zelo e numa naturalidade de nudez que vai desconcertá-lo. Ele que a ama com uma naturalidade de amor que a comove. A mulher ri atrás do rosto sério e do medo das incertezas. Ela ri longamente com ele, riem com toda a boca e olhos. Os móveis não estão no lugar e o peito deles às vezes é um, às vezes encostados, às vezes não. Ela o ama. A cama depois de arrumada, pronta pra se amarrotar na noite sem sono. Ela o ama. A luz da cozinha ficou ligada, eles estão cheios de pensamentos. Ele a ama. E eles notam que sim, eles sabem da vida.

sábado, 5 de janeiro de 2008

schiele.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008


belezas são coisas acesas por dentro