@ tainah negreiros

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Tommaso (Abel Ferrara, 2019)

Willem Dafoe et Anna Ferrara dans "Tommaso", d'Abel Ferrara

Auto-escrutínio do homem velho que teme não ser mais necessário, do homem velho canceriano errante que deseja inventar uma casa com uma mulher 30 anos mais jovem, ser pai, ser desejante, ter paz de espírito ou quem sabe fazer as coisas certas dessa vez. É a falência do homem, de todos eles ou dessa especifidade insana ambulante que é Abel Ferrara e que Willem Dafoe de fato encarna (no sentido extremo de oferecer a carne para aquela existência) 
e com quem se mistura. Filme matéria, filme homem, filme de um tipo de homem que exerce fascínio mas também de um homem que já está na hora de passar. Alguma coisa tem que ser diferente, e Tommaso descobre isso ao falar com o homem paquistanês que gritava na rua e ameaçava acordar sua filha. Não sei dizer ao certo ainda o que acontece ali naquela instante, que tipo de coisa o personagem compreende mas, sem dúvidas, existe ali um incêndio, desses incêndios interiores, de cinema.

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