@ tainah negreiros

sábado, 30 de maio de 2009

Essa noite fui comer iogurte com rapadura moída e caí com a cabeça na mesa de saudade do meu avô. Lembro tanto das mãos dele preparando as coisas para comer. E não digo que isso me lembrou ele  porque não esqueço de nada.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

segunda-feira, 25 de maio de 2009

a infância reencontrada


Os nomes dos discos de Dércio Marque são belíssimos, e percebi que dá pra escrever algo começando pela beleza dos nomes deles. Seja "Canto Forte, Coro da Primavera" às "Cantigas de Abraçar" que abraçam e abraçam. Há um canção chamada "Cantiga de Embalar" que meus pais ouviam comigo quando criança, e uma que chama "Era uma vez" que conta as histórias todas ao contrário que ainda pequena me fez entender muita coisa. Ouvi esse disco hoje e lembrei dos tempos que meus pais colocavam pra ouvir numa vitrola e eu revirava seu encarte verde, era ali que eu começava a entender essas coisas de mato, quando a minha boca começava a carecer de raiz e de rio. Podem me acusar de saudosista, mas é que eu gostava mesmo de ser criança, meus pais cuidaram bem disso.
E enquanto ouvia pensava em crianças, nas crianças que quero bem, em uma criança que gostaria de levar essa alegria, e pensei em um pequeno que quero bem mesmo à distância e que sei que o abraço da canção alcança. O Tito.

sábado, 23 de maio de 2009

Ns estrada voltando de São Paulo ouvi mais uma vez esse cd novo do Caetano de nome esquisito que traz tanta coisa. E enquanto ouvia era isso que via. E foi encontro tão bonito já que essa Falso Leblon me faz pensar em um fim tarde depois da praia, fim de tarde já melancólico depois da praia enquanto as coisas vão passando, homens e mulheres voltando do trabalho, meninas espertas, os meninos gostosos, gente.
Não teve praia, mas o fim de tarde era desses que Caetano diz e traz.

Ecstasy, bala, balada
E me chama depois
Pra dar uma e dar dois
Ela é que causa
Éque explana
E que acende os faróis

Mas o meu samba
Transcende
E apaga as pegadas
Que ela quer deixar
Falso Leblon
Big Brother
Tou fora do ar

Ai, amor
Chuva
Num canto de praia
No fim da manhã
E depois de amanhã?

O que faremos do Rio
Quando, enriquecendo
Passarmos a dar
As cartas
As coordenadas
De um mundo melhor

Quanta tristeza guardada
Na cara da moça bonita
Que dói
Francisco Alves
Seu Jorge, os Hermanos
Já foi

Ai, amor
Chuva
Num canto de praia
No fim da manhã
E depois de amanhã?

Drogas, tou fora
Tá foda
Agora vambora
Nem vinho tomei
Me sinto muito sozinho
E ela é a lei

Odeio a vã cocaína
Mas amo a menina
E olho pro céu
Ela se engancha por cima
De mim: quem sou eu?

reflete as cores
da paisagem da cidade
que é muito mais bonita
e muito mais intensa
do que no cartão postal

quinta-feira, 21 de maio de 2009

sem sol


Andar por São Paulo pode ser dolorido. Sinto pelas pessoas que trabalham tanto, e pelas plantas que trabalham tanto também.Dá vontade de chorar quando olho o céu e olho as pessoas e o verso do Caetano vem a cabeça. A canção ainda é totalmente nova e verdadeira quando diz sobre essa fumaça feia que sobe apagando as estrelas.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A lição mais bonita

Quando pequena por várias vezes meu pai me dizia, e lembro especialmente quando ele me disse essa vez no quintal da casa onde morávamos, quando uma aranha daquelas de perna fina subiu na minha perna e ele me orientou quando eu pensei em matá-la para somente empurrá-la, ou senão, soprá-la. Depois de dizer isso me disse que somente por serem seres menores não quer dizer que sua vida seja menos importante. Hoje sou outra, mas ainda muito daquela, e ando soprando formigas de bunda grande, muriçocas ou aranhas de perna fina, e pensando em meu pai com um carinho do tamanho de todas essas vidas.