@ tainah negreiros

sábado, 22 de novembro de 2014








"Ó a morna manhã de fevereiro. O vento sul importuno veio reavivar nossas lembranças de indigentes absurdos, nossa jovem miséria. (...) Não! Não passaremos o verão nesse país mesquinho onde nada mais seremos que noivos orfãos. Quero que este braço teso não arraste mais uma imagem querida."

"um amor desesperado e um crime bonito uivando na lama da rua."

(Rimbaud, Iluminações)

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

sábado, 15 de novembro de 2014

quarta-feira, 12 de novembro de 2014


"Conheço o fundo doloroso das coisas, não conheço mais nada."

João César Monteiro, 1970

sábado, 8 de novembro de 2014

"O estilo não existe. Um filme que tem um estilo é uma merda. O trabalho que deve fazer um realizador é contra si próprio, contra a complacência, pra alcançar algo que não tem um estilo, mas que consegue roubar algo do mundo, sem saquear."
Straub

quarta-feira, 5 de novembro de 2014



"É difícil."

Amar a atriz, amar os atores

"Vocês ainda não viram nada" é um filme feito por um homem velho que deseja reunir para celebrar. Celebrar o teatro, as amizades, as interpretações e suas diferenças, as interpretações e suas infinitas possibilidades através dos anos, os infinitos gestos, vozes, movimentos que atrizes e atores darão para palavras cheias de eternidade. Dizer de uma maneira, dizer de outra, suspirar de um jeito, ronronar de outro,sorrir, chorar, baixar os olhos...morrer e viver. O homem velho também peita a morte como tantas vezes já a encontrou, mas agora a morte que o encara também é a sua. Está lá "Melô", está lá "Amor à morte", lá está mais uma carta de um mulher que é lida e mais um homem que fica em pedaços com seu conteúdo."É difícil"- diz Eurídice enquanto dorme e depois diz mais uma vez acordada, ciente demais dessa vida. Resnais olha essa mesma vida e deseja celebrar suas chances de reinvenção nessa bela travessia do teatro para o cinema, da palavra escrita para o texto dito e vivenciado através da interpretação.


É quase como se pudêssemos ouvir Resnais dizer: "Como é bom estar vivo! Como é bom ter se debruçado sobre essas histórias! Como é bom ter conhecido essas adoráveis pessoas!"

sábado, 1 de novembro de 2014

Revista Sur: Acredita ser necessária a educação sexual?
Alejandra Pizarnik: De certo, pois o sexual é árduo.

R.S: Pelo fato de ser mulher, encontrou impedimentos em sua carreira? Tem tido que lutar? Contra o quê e contra quem?
A. P: Ainda que ser mulher não me impeça de escrever, creio que vale a pena partir de uma lucidez exasperada. Deste modo, afirmo que ter nascido mulher é uma desgraça, como é ser judeu, ser pobre, ser negro, ser homossexual, ser poeta, ser argentino, etc.. Claro que o importante é aquilo que fazemos com as nossas desgraças.

R.S: Onde acredita que está o problema mais urgente da mulher?
A.P:  Os conflitos da mulher não residem em um só problema possível de assinalar. Neste caso, e em outros, o lema segue sendo: "Changer la vie."

(Trecho da reportagem feita com mulheres trabalhadoras e intelectuais argentinas realizada pela revista Sur e publicada em setembro de 1970)
Revi "A Vila" agora pouco na tv e fiquei me perguntando como pude esquecer a perplexidade do guarda florestal. Perplexidade que não parece ser somente por descobrir que uma jovem cega vive na floresta mas por alguma coisa a mais, alguma coisa maravilhosa qualquer dessas que povoam o cinema do Shyamalan. Talvez por ternura que depois vai ser revelada no gesto de proteção, ou mesmo um sentimento de manutenção da doçura que ele teria visto em Ivy ou somente o desejo de ser exatamente o que não se espera, de fazer jus à crença dela que ouviu "bondade na sua voz e não esperava isso da cidade".