@ tainah negreiros

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

onde jaz o teu sorriso?


Danièle Huillet e Jean Marie Straub
duas presenças sob a penumbra
Pedro Costa desaparece
para lhes dar lugar
lugar a fala intensa de Straub
e ao silêncio concentrado de Danièle
ao tempo que conecta
aquelas palavras, aquela persistência do trabalho
aquele pedido de concentração
a sua busca
e sim, como reinvindicou Straub de que deve haver "algo que queima em algum lugar do plano"
há algo que queima
há algo que queima na insistência da fala de Straub
na insistência pelo trabalho de Danièle
e no equilibrio disso no ofício dos dois artistas
há algo que queima na imagem de Straub sozinho ao final
que acompanha
junto com a pergunta que da título ao filme
enquanto nos afastamos da sala de cinema.

domingo, 5 de setembro de 2010

Juventude em Marcha



um homem velho, Ventura
e uma canção que diz de uma juventude em marcha
um passado heróico de luta
a independência de cabo verde
um passado que também se confunde com uma carta de amor
que se repete como uma lembrança.

este filme se passaria aparentemente em dois momentos, a vida na periferia de lisboa destinada aos imigrantes, as Fontaínhas, e a mudança para os conjuntos habitacionais assépticos de paredes brancas, muito brancas.
Mas o filme trata de imprimir outros signos
de outros tempos, de outros pesos de viver aquele passado, presente e o futuro.
Há uma carta de amor, Ventura e seus muitos filhos fruto de uma experiência em comunidade, e há simplesmente uma confusão que não trata de nos explicar muito como Vanda, Lento, Nhurro passaram a ser seus filhos, mas entendemos.
Ventura está doente hoje, e Pedro Costa está lá com ele, por isso não pôde vir ao Brasil na mostra. Não parece, mas isso diz muito, muito sobre "Juventude em Marcha".