@ tainah negreiros

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

 "Como nós filmávamos em ordem cronológica, eu era a primeira a deixar a filmagem. De partida eu lhe disse: "Tenho que ir. Você vai me esquecer?" e ele (rohmer) me respondeu: "Mas como eu poderia te esquecer? Você é uma amiga."

Voy a escribir como llora un niño, es decir: no llora porque esté triste sino que llora para informar, tranquilamente.

A.P, 1966

domingo, 26 de outubro de 2014

Le bonheur de vivre, Matisse (1905-1905)

sábado, 25 de outubro de 2014

(...) Ah esos días en que mi lenguaje es barroco y empleo frases interminables para sugerir palavras que se niegan a ser dichas por mí! Si al menos se tratara de tartamudez. Pero no; nadie se da cuenta. Lo curioso es que cuando ello me sucede con alguien a quien quiero me inquieto tanto que redoblo mi amabilidad y mi afección. Como se debiera darle sustitutos de la palabra que no digo. Recién, por ejemplo, tuve deseos de decirle a D.: Si es verdad lo que me dice tantas veces, se es verdad que usted se muere de deseos de acostarse conmigo, venga, venga ahora mismo. Tal vez, con el lenguaje del cuerpo le hubiera dado algo equivalente a la palabra écrire. Elle me sucedió una vez. Una vez me acosté con un pintor italiano porque no pude decirle: "Amo a esta persona". En cambio, respondí a sus pedidos con una vaga serie de imágenes recargadas y ambiguas y es así como terminamos en la cama sólo porque no pude decir la frase que pensaba. Terminé también llorando en sus brazos, acariciándo como si lo hubiera ofendido mortalmente, y pensando, mientras lo acariciaba, que en verdad no lo compensaba mucho, que en verdade yo le quedaba debiendo.

Alejandra Pizarnik

quinta-feira, 23 de outubro de 2014


É preciso que Romaine saia de cena para que possamos observar melhor os dois homens. A saída dela permite que vejamos a tristeza deles, vivida à maneira de cada um. Quando se encontram no apartamento de Marcel, a tristeza de um passa a sufocar a do outro. Como esquecer de Marcel dizendo "estou infeliz, estou muito infeliz" como quem pede para ficar sozinho, como quem implora para viver mais um dia daquela dor sem ser confrontado? Ele parece resistir em contar a verdade não por desonestidade mas pela intimidade do vivido. Aquilo foi dele e dela e, para ele, assim deve permanecer.
A dor do marido Pierre, antes já vista enquanto ele gritava por "Maniche, Maniche" na cama, vai se mostrando através do entendimento do que se passava, da flor, do amor, da necessidade de seguir em frente. E que maravilha de movimentação dos dois em cena! Quase um balé de perseguição e fuga, de  sufocamento e respiro, de dúvida e compaixão. Marcel busca se refugiar. Mente para fugir, ficar sozinho e vivenciar o que tinha acabado de descobrir sobre ela na conversa. Linda linda mentira! Linda linda solidão! Sua fala final foi das coisas mais impressionantes que já vi no cinema, um doloroso e belo entendimento.

Passamos a ver os dois prestes a tocar, enquadrados como Romaine e Marcel anteriormente. Está tudo lá e não está: a música, as rosas, a caderneta, a carta e Romaine. Romaine é uma ausência impossível.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Melô



Romaine sorri para Marcel na mesa, lhe faz uma visita,  toca uma canção com ele, olha nos olhos dele sempre que pode,  toca nele sempre que pode também, dança, dorme com ele, se espalha apaixonada por todos os lugares do apartamento dele, atira-se no chão, treme-se inteira nos braços dele por paixão e também por uma imensa tristeza.
Ela enlouquece, não quer fazer mal ao marido que ela ama, o sacode para que ele, quem sabe, perceba que ela também ama outro. Deseja o melhor pra ele na vida. A certa altura da sua confusão,  com ele no quarto doente, ela dá cambalhotas. Uma, duas, três. É um ato de desespero mas é também um ato de amor. À la Romaine, à la Sabine.

Romaine é também Maniche.
Maniche, segundo Romaine, é nada, menos que nada.


terça-feira, 21 de outubro de 2014

e tu, verdejante,
estende tuas mãos - essas lembranças ardentes
sobre minhas mãos apaixonadas
e confias teus lábios, cheios que são do calor da vida,
às carícias dos meus lábios apaixonados
o vento nos levará!
o vento nos levará!

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Estrela Cadente, de Luís Miñarro


Quem poderia imaginar a existência desse curto e deslocado reinado de Amadeo de Savoy? E que gostoso imaginar tantas paixões que podem ter sido vividas, vindas de todos os lados, de dentro e dos arredores daquele palácio. É assim que Luís Miñarro vê essa passagem da história da Espanha, de dentro do castelo, das suas paredes, observando alucinadamente mulheres e homens desejantes e os desejos devidamente manifestados, por todos.
Temos o rei e suas distrações estando nesse lugar que não lhe cabe, nesse lugar que ele inocentemente acreditou, no início, ser definido simplesmente pela sua palavras - pelas suas belas palavras por "justiça, liberdade e por uma melhor distribuição da riqueza". Um progressista na vida pública, um cara sujeito às paixões na vida privada. A vida pública de um rei é impossibilidade para o sujeito vegetariano, apaixonado, distraído, interessado pela beleza, pela dança, pelas possibilidades da vida que se mostram entre um gesto ou outro de delicadeza e entre um sonho e outro extravagante dele. Seus sonhos só comprovam o que já suspeitávamos: o rei quer belas coisas para sua vida muito profundamente. O rei quer futilidades, quer belezas, seus empregados em casa também, sua mulher deseja coisas belíssima para ele e para o país. Como disse, os desejos todos são amplamente manifestados.
Miñarro nos deu uma filme deliciosamente ao contrário e o contrário da monarquia como conhecemos é uma beleza. Nessa corte e nesse pequeno universo toda proximidade é permitida, todo beijo é longo e com paixão.

sábado, 18 de outubro de 2014



"Diferente de uma cineasta como Marguerite Duras que é assombrada pela relação homem-mulher, pelo amor louco e que escreveu belíssimas histórias de amor, Agnès Varda se dedica a filmar a mulher sem homem. Seus filmes são povoados de solidão das mulheres: solidão de Cléo -  a cantora Cléo de 5 às 7 tem câncer e não pode partilhar de sua ansiedade com seu amante; solidão da mulher de Documenteur, traduzida pelos longos planos silenciosos, da decoração sóbria, das luzes azuladas, o apartamento praticamente vazio, a praia deserta; solidão de Mary-Jane com seus dois filhos.. solidão de Mona, a andarilha. "

Voyage em pays féminin, de Marie-Claude Tigoulet

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

listen to the girl

Dez anos de um chorinho solitário no cinema. Dez anos que eu via e revia o dvd que comprei meio carinho na internet. Dez anos de uma imensa compreensão de tudo aquilo.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

domingo, 12 de outubro de 2014