A voz que ouvimos é de Danièle. Sua voz é uma presença, uma fundamental presença que tem a materialidade das pinturas de Cézanne e dessa montanha que dura, que ficamos a olhar. O que não deixa de fazer parte de uma clara preocupação Huillet/Straubiana: dessa materialidade das palavras e das imagens contra um mundo em dissolução. Tudo parece seguir nesse esforço, a câmera parece buscar os interesses de Cézanne, suas cores, suas comoções, sua pesquisa e persistência. Tudo é possível de ser tocado e percebido. Ou como diz Danièle a certa altura (que jamais leremos do modo como ela diz)
"Ouçam um pouco... o acaso dos raios, o caminho, a encarnação do sol através do mundo que nunca dirá e que contará a história física, a psicologia da terra."