@ tainah negreiros

domingo, 7 de outubro de 2018

it was lula's birthday
and we were talking about our love
it was lula's birthday
"the the" song playing
and you told me about happiness
and that you wanted to get old
it was lula's birthday and you told me about make me feel loved
it was lula's birthday
and we felt too young
saying mature things

it was the day before brazilian elections
the end of the world could come but
me and you
we found hope
and now I want say loud
and with an opened chest:


I want happiness for us
and for everyone

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

segunda-feira, 17 de setembro de 2018


Aqui faço uma anotação propositalmente anacrônica. A câmera de Claire que, a partir de um olhar detido transforma as coisas e as melhora, está contida no procedimento de todo esse filme anterior, no díptico interno, complexo e lindo que tem o intuito único de dizer que a verdade está no detalhe.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

quando eu segurei teu rosto
radicalmente próximo ao meu
e toquei tua nuca
sentindo teus cabelos extremamente curtos
a textura deles escapando da tua cabeça linda
eu pretendia alguma coisa.
quando olhei de perto demais teus olhos castanhos
profundos como são os olhos castanhos de quem se ama
eu queria era inventar uma lembrança nova
material
a lembrança impossível, pois material
a alegria imensa pois matéria e espírito.
o beijo é a melhor coisa que existe sobre a terra
movimenta a órbita dos planetas
eles  que se alinharam de tal maneira quando nascemos
para que um dia certas pessoas pudessem vir
a dar um beijo.
inventamos as bocas intermináveis
a língua em um mundo de frescor
de coisa nova
de um começo do amor que poderia ser provisório
e continua
com alegria

terça-feira, 29 de maio de 2018

A Câmera de Claire (Hong Sang Soo, 2017)

A operação bastante consciente de Hong Sang Soo em " A Câmera de Claire" é orquestrada, mais uma vez, por presenças destoantes de uma ordem (masculina) de não franqueza com as outras pessoas e consigo, ou de uma verdade masculina que escapa e revela um interior tirânico e desprezível. Em "Certo Agora, Errado Antes", o díptico interno de que o filme é composto existe para sentirmo os peso e a beleza que a verdade carrega, e o modo como modifica uma história. Em "O Dia Depois", é preciso para Hong Sang Soo eclipsar todo e qualquer personagem, e faz isso com as personagens femininas de modo grosseiro, para ressaltar a beleza da verdade da personagem de Kim Min Hee. No imenso "Na Praia à Noite Sozinha", é o confronto pela imensa verdade da existência e das palavras de Kim Min Hee, lançadas contra o precário masculino do diretor e de todos os homens que vê pela frente, que alimenta essa obra e a ilumina. Só as mulheres prestam naquele universo. Todos esses filmes compõe um projeto de estudo da miséria masculina através de personagens femininas que instalam uma ordem fascinante e transformadora de um modo mesquinho e cretino de viver. "A Câmera de Claire" traz um elemento desestabilizador a mais: Isabelle Huppert e sua câmera que muda as coisas. Transformou, modificou. A mesa fora do bar que era uma lembrança triste de uma demissão virou a mesa que testemunha uma conversa sobre a vida ter jeito. Essa transformação é um feito da personagem e desse cinema.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

terça-feira, 1 de maio de 2018

mapa mundi

a proposta
amorosa
que te faço
é de um mapa novo
colorido
sua forma é de saquinhos de açúcar
bilhetes de museu
e de beijos dados lá fora
na calçada

uma geologia nova através das esculturas
um turismo errante das ruas que se abrem
pelo amor e descoberta

lugares pequenos
a maior cidade da américa do sul
(rio sozinha de te imaginar esperando o metrô da linha vermelha pra vir me ver)
uma outra cidade banhada por um rio
vivo
um hemisfério norte de saudade
que não conheço
cartografia pessoal
também pra onde se viaja
com o outro só em pensamento
uma geografia ainda por nascer
mapa mundi do desejo de ficar contigo
por toda parte

o mapa tem a forma do movimento
alegre seu rolando até o meu lado da cama

domingo, 22 de abril de 2018

estudo sobre cor e dança

Dança no amarelo

domingo, 15 de abril de 2018

Sergio me diz que Agnès Varda é cerebral, que ela enviou aquela boneca dela de papelão e foi lá participar da festa do oscar sabendo que ia perder porque fazer isso é ganhar de outra maneira.
No meio da rua, na marquês de itu, eu e ele passamos a nos questionar sobre quantas vezes não teríamos feito o mesmo, reinventado a vida para ganhar de outro jeito, não seria isso o que estamos todos fazendo a colorir os arredores de onde Lula está? Não seria isso ganhar de outra maneira?

terça-feira, 13 de março de 2018

segunda-feira, 12 de março de 2018

domingo, 21 de janeiro de 2018

sonhei demais
A rosa
não buscava ciência nem sombra:
confim de carne e sonho,
buscava outra coisa.
A rosa
não buscava a rosa:
imóvel pelo céu
buscava outra coisa

(Federico García Lorca)

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

logo será fevereiro

a saudade é norte
como disse o artista brasileiro
a distância nunca é menos de mil
desde que deixei a casa em Timon
desde que levei o homem ao aeroporto de Ezeiza
é sempre preciso um avião
vôo do coração
quando avisto o rio estou mais perto
quando as pedras cercam o ônibus que chega ao amanhecer é que estou mais perto ainda
o frio que congelou o lago eu veria se chegasse agora pra ele
na sua cidade pequena de computadores, imigrantes alemães e bem-estar social.

em 2018 beijamos telas de celular e computadores
fazemos video-chamadas
e ainda choramos em travesseiros brancos
o difícil
a distância que se reinventa de hora em hora
a geografia das coisas
dos amores
que ocupam o peito e os pensamentos todos os dias

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018





Aqui deitada nesse primeiro dia do ano me vem na cabeça Aprile, de Nanni Moretti, filme da minha formação. Ainda na escola, aos 17, comprei o dvd com dinheiro de aulas particulares e assistia toda semana. Aprendi ali a ocupar mais a vida com o que faz nosso coração bater com alegria, sem perder de vista a luta. Deve ser por isso que penso nesse filme hoje, filme de véspera de nascimento de filho, de eleição e de véspera de eleição, filme vermelho. Este filme é minha bandeira carinhosa nesse primeiro dia do ano.