@ tainah negreiros

terça-feira, 27 de março de 2007

Sobre mulheres, dores e tons

Disseram uma vez que os grandes diretores estão fazendo sempre o mesmo filme. Diverso, porém o mesmo. Após ver este Volver me veio na cabeça isso. Lá estão as mulheres, mães, filhas, irmãs em todas as suas possibilidades. Lá estão suas mulheres agindo feito loucas sob uma moral senão outra que a materna, do tudo possível. Lá estão elas e a câmera de Almodóvar se enamora delas. Volver poderia facilmente, e sem perder o brilho, chamar-se Tudo sobre minha mãe e ainda sim, seria um belo título. Mas Almodóvar quer mais, há algo de novo na sua história, ele quer falar sobre volta, não redenção, mas sobre sobre voltar para casa, pra a vida, sobre simplesmente dar meia volta quando tudo que se ouve é sobre seguir em frente. É possível voltar, Almodóvar nos diz, e disso surge um belo cinema. Por vezes seus dramas e dores são novelescos, trágicos, mas o fato de que em cada fotograma percebermos o seu amor por suas mulheres, por seus personagens, por sua história, torna seus vermelhos, verdes e cor-de-rosas ainda mais francos e bonitos. O melodrama, a dor, e o riso, apesar da dor, é o que Almódóvar tem. A história que ele quer contar no cinema é essa, por mais diversa que ela por vezes tenha aparecido na tela.
Confesso ser ainda muito ligada ao velho Almodóvar, passei dias, meses pensando e sentindo o seu A Lei do Desejo, mas agora, em março de 2007 encontro este Almodóvar solto, apaixonado enchendo a tela de vermelho outra vez. Ela está mais límpida e clara, sim, mas ainda há paixão.





E muita.

3 comentários:

Unknown disse...

Sou lhouca por ele.
Volver... mtas vezes quis isso...
Amo.
:**************

Lucy, disse...

os sonhos sujos de a lei do desejo ganharam mais clareza em Volver!!
ô paixão mais louca essa que ele desperta na gente ;)

Anônimo disse...

Tai

Lei do Desejo?
Fale com ela?
Mulher à Beira?

Achei Volver o melhor Almodovar de todos os tempos!

E, sim, adoro superlativos.

bjs
Paulo