@ tainah negreiros

sábado, 29 de agosto de 2009

Minha mãe me passou o nosso novo número de telefone. Não consigo apagar o antigo, por tantos anos me ligaram no antigo, tantos anos dando o antigo pras pessoas. Sou sem jeito pra isso.
A casa está lá, com as paredes impregnadas do amor que sentimos e que vivemos lá, envolta de uma fumaça de incompreensão. Foi lá que os jamins floresceram e cheiraram forte. Foi lá que os gatos chegaram e de lá partiram, lá que meu pai plantou um pé de acerola na janela, depois cresceu um de laranja, enroscado no de acerola. Foi lá que eu cresci, em tudo que a palavra crescer abarca.


é do lado daquela casa que passa um rio
e o meu mal é o de não esquecer
de ter boca que carece de raiz

2 comentários:

Luciana Marinho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luciana Marinho disse...

casa, cheiros fortes, rio, florescimentos, boca de raiz... e aquela nostalgia permanente nos fazendo sentir o cordão umbilical que nos une aos tempos primordiais, a outras existências.

beijinho.