Observando a paisagem em meio ao tédio da estrada de Curitiba pra São Paulo me peguei pensando na simbologia que os rios tem e sempre tiveram pra mim, desde o que eu cresci à beira, em Timon, aos riachos dos arredores da cidade, e ele, River, e as primeiras intensas experiências com o cinema. É como disse o Milton, engraçado um nome que é também uma paisagem, e isso tem a ver com o que ele representava pra mim na juventude, essas imagens, o vegetarianismo, uma rebeldia que sinalizava também para um jeito dolorido e franco de viver, e acima de tudo, o olhar difícil de esquecer nos filmes que vimos tantas vezes.
O filme que pensei com força hoje na viagem foi "O peso de um passado" de Sidney Lumet e a lindíssima história de uma família em fuga, aos pedaços, tudo pela manutenção de uma crença justa de mundo, da integridade, ou de uma integridade clandestina. Difícil não se apaixonar por River ali, e não passar a, ao invés de comprar presentes, dar aquilo que encontramos ou que nós mesmo fazemos.
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