(...) Rapazes não se veem na rua. O rapaz está só
e repara que todos são homens, mulheres que não veem o que ele está vendo e caminham depressa.
Mas este homem trabalha. O rapaz o observa
e não entende que o homem trabalhe na rua,
agachado, no chão, como faz um mendigo.
Mesmo os outros que passam parecem absortos,
concentrados em algo, e ninguém lança a vista
para trás ou para frente, ao longo da estrada.
Se a rua é de todos, pois há que gozá-la
sem fazer outra coisa, olhando ao redor,
ora à sombra ora ao sol, no suave frescor.
Cesare Pavese, na obra Trabalhar Cansa
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