Certamente dos aspectos que mais admiro nos escritos de Eisenstein é a
relação entre montagem e atuação. Mais especificamente a busca da
montagem no trabalho do ator, no rosto, no gesto exagerado ou mínimo,
nessas outras possibilidades maravilhosas em que a orientação do olhar
pode acontecer. Penso nas atrizes e atores incríveis do meu filme
preferido dele, Ivan. Mas claro que também penso na dona da minha
cabeça, Sabine Azèma, e em todos os instantes em que ela guiou meu olhar
pra onde queria a partir de aparentemente tão pouco. Penso no momento
de Ervas Daninhas em que o personagem de André Dussolier lhe pergunta
"Então você já me ama?" e ela só olha com um quase sorriso e nega mas
não nega sem dizer nada.
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