@ tainah negreiros

sábado, 2 de dezembro de 2017


Há quinze dias Pj Harvey esteve na cidade. Ingresso caro para ver alguém que me acompanha há tantos anos em uma mudança de paleta de cores e de vigor, das duas. Entrou ainda com sol, sóbria, solene,  entendi que mais do que a música,  queria sua presença, entender alguma coisa dela ao vivo, de bastante perto. Senti e entendi tudo. A sua solenidade, o seu não se mover conforme a música mas conforme uma lentidão que ela própria estabeleceu antes, para o show e para si. Um rigor interessantíssimo e poderoso. Não sei nada da vida pessoal dela exceto que há muito anos deixou Nick Cave (arrasado) e hoje sua companhia em fotos é quase que somente do seu saxofone. Me parece uma daquelas mulheres sem homens (no fundo não serão todas?), pelo menos em sua vida pública mesmo que cercada deles em sua banda. Mulher fascinante. Não consegui esquecê-la desde o show, algo na sobriedade e no solene. Também na lentidão. A presença que quis eu tive. E a música também.

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