@ tainah negreiros
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
às vezes tenho medo da melancolia que a distância dos passarinhos pode me trazer
vivo os passarinhos como nunca
e penso num plano
eu e ele numa casa que por perto hajam os pequenos
pra gente ampliar todo dia
é que às vezes a vida empurra pra apequenar
mas os passarinhos
nos ampliam e ampliam
me ensinaram isso de crescer pro que é pequeno em tamanho
como eu gostei disso
tanto tanto
é um romantismo que sempre tive e manoel me lembra
amar tanto arthur me traz
essa beleza de divinar a vida
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Que a importância de uma coisa há de ser medida
pelo encantamento que a coisa produza em nós
Que a boneca de trapos que abre e fecha os olhinhos azuis nas mãos de uma criança
é mais importante pra ela que a Codilheira dos Andes
O olhar segura a palavra na gente
Se admirava de como um grilo sozinho
um só pequeno grilo
podia desmontar o silêncio de uma noite
esse Manoel de Barros...
pelo encantamento que a coisa produza em nós
Que a boneca de trapos que abre e fecha os olhinhos azuis nas mãos de uma criança
é mais importante pra ela que a Codilheira dos Andes
O olhar segura a palavra na gente
Se admirava de como um grilo sozinho
um só pequeno grilo
podia desmontar o silêncio de uma noite
esse Manoel de Barros...
sábado, 16 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Não sou muito boa nisso de ir dormir. É que às vezes a cabeça não descansa e eu penso sobre tudo, ou eu fico com medo de um sonho ruim. Noites assustadas que eu amplio pra ser criança. Mas hoje acho que sei o que fazer até que os olhos fiquem pesados, vou pensar nos poemas que li hoje, tantos, tão encantadores. Pensarei então em manoel, gullar, drummond, quintana, uns pelo primeiro e outros pelo segundo nome como companhia, à sua maneira de serem íntimos meus.
E ele me disse algo bonito pra pensar em noites longas como essa. bonito como sonho bom, bonito que é de guardar segredo.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
domingo, 10 de fevereiro de 2008
A proteção pungente
Meu pai fez aniversário esse mês, e já há alguns dias fico muito emocionada de pensar nele, na sua idade, na sua vida, desejos, insatisfações e esperanças, muitas delas relacionadas a mim. Por vezes, muitas vezes eu sou sua crença e fé. Procurei no dia esse texto de Clarice que me fez chorar há um certo tempo por dizer tanto sobre mim em relação a ele. E dizer também sobre essa noites que eu demoro a dormir e velo mais do que nunca por quem amo.
"Ela não podia olhar para seu pai quando ele tinha uma alegria. Por que ele, o forte e o amargo, ficava nessas horas todo inocente. E tão desarmado. Oh Deus, ele esquecia que era mortal. E obrigava a ela, uma criança a arcar com o peso da responsabilidade de saber que os nossos prazeres mais ingênuos e mais animais também morrem. Nesses instantes em que ele esquecia que ia morrer, ele a tornava a Pietá, à mãe do homem."
"Ela não podia olhar para seu pai quando ele tinha uma alegria. Por que ele, o forte e o amargo, ficava nessas horas todo inocente. E tão desarmado. Oh Deus, ele esquecia que era mortal. E obrigava a ela, uma criança a arcar com o peso da responsabilidade de saber que os nossos prazeres mais ingênuos e mais animais também morrem. Nesses instantes em que ele esquecia que ia morrer, ele a tornava a Pietá, à mãe do homem."
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
água viva
sobre a espera de que os signos e alegorias deixem de sê-los somente
pra ser vida
um esforço também meu
um jeito de não se esgotar
um não morrer como desafio
No descomeço era o verbo
Só depois que veio o delírio do verbo
o delírio do verbo estava no começo, lá
onde criança diz: escuto a cor dos
passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não
funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um
verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz do poeta, que é a voz
de fazer nascimentos -
o verbo tem que pegar o delírio.
Manoel de Barros
Só depois que veio o delírio do verbo
o delírio do verbo estava no começo, lá
onde criança diz: escuto a cor dos
passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não
funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um
verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz do poeta, que é a voz
de fazer nascimentos -
o verbo tem que pegar o delírio.
Manoel de Barros
Assinar:
Postagens (Atom)