@ tainah negreiros

terça-feira, 14 de abril de 2009

Algumas coisas estão muito claras para mim quando começo um projeto. Neste filme, por exemplo, era óbvio para mim que eu queria dar uma outra imagem destes meninos. Eu estava convencido de que se você realmente ouve o que eles têm a dizer, eles são muito mais interessantes do que a maneira habitual com que a sociedade os observa. Essa era uma determinação de início para a construção do filme. A segunda era mostrar como a escola poderia de fato ajudar alguém a crescer. Que a escola como ela existe hoje não é algo descolado da sociedade, mas parte dela. Esses muros não a protegem da sociedade, as questões da sociedade lá fora atravessam o ambiente da escola. Esses dois pontos eu queria ilustrar com o filme. E, por outro lado, a história é sempre um ponto importante para mim, mesmo que às vezes ela seja mínima. Eu sempre tento lidar com essas questões fundamentais sem fornecer uma tese sobre elas. Quero mostrar a maneira como os personagens sofrem por algo, ou sentem esta coisa em suas vidas, o que é verdadeiro e diz respeito àqueles personagens, e não apenas “eu sei disso de antemão e direi isto através de você”. Eu não sei de nada, eles sabem.

Laurent Cantet, diretor de Entre os Muros da Escola

Um comentário:

Anônimo disse...

lindo!