@ tainah negreiros

sexta-feira, 1 de março de 2013

Onde jaz o teu sorriso?



Os dois filmes que mais amo podem ser resumidos em uma mesma frase: Um filme sobre uma moça errante que gosta de namorar.


O Conto de Inverno, de Eric Rohmer,  é um filme sobre viver, acreditar e mover as coisas do mundo, algo que leva até a alegria,  revelada no choro, na grande emoção das mulheres do filme. Rohmer conseguiu, com sua crença da imagem ontológica - do que ela pode revelar sem artifícios - conceber esse registro, quase como uma imagem primeira, mãe de todas as outras.


Aos Nossos Amores fala de uma inevitável tristeza, da "tristeza que durará para sempre" e de uma relação ambígua entre pai e filha e da forma como seu jeito de viver acaba por magoar, ferir, mexer com a ordem do seu mundo.


Uma delas voltará a sorrir. A outra lida com sua alegria fugidia e com sua irremediável tristeza.


Vejo Conto de Inverno quase toda semana, preciso dessa grande alegria para seguir, preciso dessa experiência de fé ( na vida? no cinema?) para prosseguir.


Nunca consegui rever Aos Nossos Amores, fico paralisada. Recrio o filme na cabeça por não conseguir me recuperar dele.


Os dois filmes desembocam esses sentimentos em um ônibus em movimento.

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