@ tainah negreiros

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Estrela Cadente, de Luís Miñarro


Quem poderia imaginar a existência desse curto e deslocado reinado de Amadeo de Savoy? E que gostoso imaginar tantas paixões que podem ter sido vividas, vindas de todos os lados, de dentro e dos arredores daquele palácio. É assim que Luís Miñarro vê essa passagem da história da Espanha, de dentro do castelo, das suas paredes, observando alucinadamente mulheres e homens desejantes e os desejos devidamente manifestados, por todos.
Temos o rei e suas distrações estando nesse lugar que não lhe cabe, nesse lugar que ele inocentemente acreditou, no início, ser definido simplesmente pela sua palavras - pelas suas belas palavras por "justiça, liberdade e por uma melhor distribuição da riqueza". Um progressista na vida pública, um cara sujeito às paixões na vida privada. A vida pública de um rei é impossibilidade para o sujeito vegetariano, apaixonado, distraído, interessado pela beleza, pela dança, pelas possibilidades da vida que se mostram entre um gesto ou outro de delicadeza e entre um sonho e outro extravagante dele. Seus sonhos só comprovam o que já suspeitávamos: o rei quer belas coisas para sua vida muito profundamente. O rei quer futilidades, quer belezas, seus empregados em casa também, sua mulher deseja coisas belíssima para ele e para o país. Como disse, os desejos todos são amplamente manifestados.
Miñarro nos deu uma filme deliciosamente ao contrário e o contrário da monarquia como conhecemos é uma beleza. Nessa corte e nesse pequeno universo toda proximidade é permitida, todo beijo é longo e com paixão.

Um comentário:

Izabel Cruz Melo disse...

"Todo beijo é longo e com paixão" - define esse filme cheio de cor e intensidade...por mais clichezudo que isso soe, é sinestésico até o último segundo