mais chuva
e hoje tenho pele em flor
@ tainah negreiros
quarta-feira, 2 de abril de 2008
domingo, 30 de março de 2008
domingo, 23 de março de 2008
sábado, 22 de março de 2008
sexta-feira, 21 de março de 2008
quarta-feira, 19 de março de 2008
terça-feira, 18 de março de 2008
segunda-feira, 17 de março de 2008
então conhecer é ser invadido?
é que às vezes é como se eu fosse parir
e os passos, o toque, o olhar
isso que diz sobre zelo, cuidado
sobre delicadeza
como arrumar as frutas na fruteira
e olhar da janela
o mundo que se mostra como algo a ser preparado
como terra, como chão que recebe
como os passos de um pequeno na calçada
é que às vezes é como se eu fosse parir
e os passos, o toque, o olhar
isso que diz sobre zelo, cuidado
sobre delicadeza
como arrumar as frutas na fruteira
e olhar da janela
o mundo que se mostra como algo a ser preparado
como terra, como chão que recebe
como os passos de um pequeno na calçada
sexta-feira, 7 de março de 2008
quinta-feira, 6 de março de 2008
e eu tenho que falar de novo de manoel
devo parece repetitiva
mas é que eu estou com as duas mãos no rosto
me perguntando o que fazer com tanto encontro
é muito encontro, meu deus
àrvores, vagalumes, pássaros, rios, homens
e meninos
e meninos
posso fazer disso um delírio
e posso
e vale!
os encontros me renovam
me recomeçam
todo dia é de poder ser árvore, limo, pássaro, pedra
todo dia é de ser grão de areia
passarinho
esse deve ser o melhor ser
ser grilo quebrando silêncio da noite
devo parece repetitiva
mas é que eu estou com as duas mãos no rosto
me perguntando o que fazer com tanto encontro
é muito encontro, meu deus
àrvores, vagalumes, pássaros, rios, homens
e meninos
e meninos
posso fazer disso um delírio
e posso
e vale!
os encontros me renovam
me recomeçam
todo dia é de poder ser árvore, limo, pássaro, pedra
todo dia é de ser grão de areia
passarinho
esse deve ser o melhor ser
ser grilo quebrando silêncio da noite
quarta-feira, 5 de março de 2008
segunda-feira, 3 de março de 2008
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
às vezes tenho medo da melancolia que a distância dos passarinhos pode me trazer
vivo os passarinhos como nunca
e penso num plano
eu e ele numa casa que por perto hajam os pequenos
pra gente ampliar todo dia
é que às vezes a vida empurra pra apequenar
mas os passarinhos
nos ampliam e ampliam
me ensinaram isso de crescer pro que é pequeno em tamanho
como eu gostei disso
tanto tanto
é um romantismo que sempre tive e manoel me lembra
amar tanto arthur me traz
essa beleza de divinar a vida
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Que a importância de uma coisa há de ser medida
pelo encantamento que a coisa produza em nós
Que a boneca de trapos que abre e fecha os olhinhos azuis nas mãos de uma criança
é mais importante pra ela que a Codilheira dos Andes
O olhar segura a palavra na gente
Se admirava de como um grilo sozinho
um só pequeno grilo
podia desmontar o silêncio de uma noite
esse Manoel de Barros...
pelo encantamento que a coisa produza em nós
Que a boneca de trapos que abre e fecha os olhinhos azuis nas mãos de uma criança
é mais importante pra ela que a Codilheira dos Andes
O olhar segura a palavra na gente
Se admirava de como um grilo sozinho
um só pequeno grilo
podia desmontar o silêncio de uma noite
esse Manoel de Barros...
sábado, 16 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Não sou muito boa nisso de ir dormir. É que às vezes a cabeça não descansa e eu penso sobre tudo, ou eu fico com medo de um sonho ruim. Noites assustadas que eu amplio pra ser criança. Mas hoje acho que sei o que fazer até que os olhos fiquem pesados, vou pensar nos poemas que li hoje, tantos, tão encantadores. Pensarei então em manoel, gullar, drummond, quintana, uns pelo primeiro e outros pelo segundo nome como companhia, à sua maneira de serem íntimos meus.
E ele me disse algo bonito pra pensar em noites longas como essa. bonito como sonho bom, bonito que é de guardar segredo.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
domingo, 10 de fevereiro de 2008
A proteção pungente
Meu pai fez aniversário esse mês, e já há alguns dias fico muito emocionada de pensar nele, na sua idade, na sua vida, desejos, insatisfações e esperanças, muitas delas relacionadas a mim. Por vezes, muitas vezes eu sou sua crença e fé. Procurei no dia esse texto de Clarice que me fez chorar há um certo tempo por dizer tanto sobre mim em relação a ele. E dizer também sobre essa noites que eu demoro a dormir e velo mais do que nunca por quem amo.
"Ela não podia olhar para seu pai quando ele tinha uma alegria. Por que ele, o forte e o amargo, ficava nessas horas todo inocente. E tão desarmado. Oh Deus, ele esquecia que era mortal. E obrigava a ela, uma criança a arcar com o peso da responsabilidade de saber que os nossos prazeres mais ingênuos e mais animais também morrem. Nesses instantes em que ele esquecia que ia morrer, ele a tornava a Pietá, à mãe do homem."
"Ela não podia olhar para seu pai quando ele tinha uma alegria. Por que ele, o forte e o amargo, ficava nessas horas todo inocente. E tão desarmado. Oh Deus, ele esquecia que era mortal. E obrigava a ela, uma criança a arcar com o peso da responsabilidade de saber que os nossos prazeres mais ingênuos e mais animais também morrem. Nesses instantes em que ele esquecia que ia morrer, ele a tornava a Pietá, à mãe do homem."
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
água viva
sobre a espera de que os signos e alegorias deixem de sê-los somente
pra ser vida
um esforço também meu
um jeito de não se esgotar
um não morrer como desafio
No descomeço era o verbo
Só depois que veio o delírio do verbo
o delírio do verbo estava no começo, lá
onde criança diz: escuto a cor dos
passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não
funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um
verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz do poeta, que é a voz
de fazer nascimentos -
o verbo tem que pegar o delírio.
Manoel de Barros
Só depois que veio o delírio do verbo
o delírio do verbo estava no começo, lá
onde criança diz: escuto a cor dos
passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não
funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um
verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz do poeta, que é a voz
de fazer nascimentos -
o verbo tem que pegar o delírio.
Manoel de Barros
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
domingo, 27 de janeiro de 2008
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

"se ao menos fosse dor que ela sentisse e não esses sonhos sem sossego, esses intermináveis e exaustivos sonhos, ele poderia procurar algum alívio para ela. Assim pensava Pedro Páramo, a vista fixa em Susana, acompanhando cada um de seus movimentos. O que aconteceria se ela também apagasse quando apagasse a chama daquela débil luz com que ele a via?"
a mulher de outro mundo
o corpo que se contorce
e um não saber
não saber lidar mais com a alma
grito em resposta ao corpo
silêncio em resposta ao grito
chamado, pedido
prece
e o sono
que vem como compaixão
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Vivência

Essa moças de Schiele me lembram esses sonhos sujos que o título do blog se refere. Sonhos que são sujos na verdade nem por sê-los, é quase um jeito bobo de dizer o que achariam os outros se soubessem deles, se soubessem da sua falta de razão. A moça de Schiele me lembra a mulher que penso agora, a mulher nua pela casa numa procura, num zelo e numa naturalidade de nudez que vai desconcertá-lo. Ele que a ama com uma naturalidade de amor que a comove. A mulher ri atrás do rosto sério e do medo das incertezas. Ela ri longamente com ele, riem com toda a boca e olhos. Os móveis não estão no lugar e o peito deles às vezes é um, às vezes encostados, às vezes não. Ela o ama. A cama depois de arrumada, pronta pra se amarrotar na noite sem sono. Ela o ama. A luz da cozinha ficou ligada, eles estão cheios de pensamentos. Ele a ama. E eles notam que sim, eles sabem da vida.
sábado, 5 de janeiro de 2008
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
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