Noite de lua cheia. Envio mensagem impulsiva. Recebo mensagem da amiga a caminho de um encontro. Desejo sorte a ela. Antes disso, esse filme da Chantal Akerman em que a noite é inteira de encontros, ou de solidões encontradas. Silenciosos os personagens entram e saem de cena rapidamente mas existem, impressionante construção com tão pouco, com um ou dois gestos somente. São mais bem concebidos e profundos que muitos mostrados através de câmeras próximas e acompanhadeiras. Chantal Chantal Chantal. O filme terminou e fiquei dizendo o seu nome.
@ tainah negreiros
terça-feira, 19 de julho de 2016
Tout une Nuit (Chantal Akerman, 1982)
Noite de lua cheia. Envio mensagem impulsiva. Recebo mensagem da amiga a caminho de um encontro. Desejo sorte a ela. Antes disso, esse filme da Chantal Akerman em que a noite é inteira de encontros, ou de solidões encontradas. Silenciosos os personagens entram e saem de cena rapidamente mas existem, impressionante construção com tão pouco, com um ou dois gestos somente. São mais bem concebidos e profundos que muitos mostrados através de câmeras próximas e acompanhadeiras. Chantal Chantal Chantal. O filme terminou e fiquei dizendo o seu nome.
quarta-feira, 13 de julho de 2016
sábado, 9 de julho de 2016
domingo, 26 de junho de 2016
quarta-feira, 15 de junho de 2016
terça-feira, 14 de junho de 2016
quarta-feira, 8 de junho de 2016
terça-feira, 7 de junho de 2016
sexta-feira, 3 de junho de 2016
A vida do fósforo não é bolinho, gatinho (Sergio Silva, 2014)
"eu sou uma lenda nessa sua história, morando numa casa eterna, sentindo
um frio que não passa com um homem que pertence a todos."
Os dias tem começado sem nenhuma idéia de como vão terminar.
Hoje iniciou atrasado e depois ficou triste, triste demais.
O pai da minha querida Laura se foi. Soube no ônibus, a caminho da exibição do último filme de Chantal Akerman. Pensei em desistir do filme, em ficar zonza pela rua mas segui. Vi "No home movie", me emocionei profundamente no debate ao perceber que tanto Patrícia Mourão quanto Yvone Marguiles estabeleciam uma relação tão afetuosa com a Chantal quanto a minha, quanto a de outras amigas mulheres que admiro. No meio de tudo me lembrei da Laurinha falando com a voz dela "Chantaaal". Das nossas conversas. Misturou tudo: O filme sobre querer estar ao lado de alguém que sabemos não ser eterno, de uma não eternidade que logo se mostrará. Uma mulher cineasta de imensa entrega que sempre entendi muitíssimo.Uma amiga que sempre me contou desse desejo de estar ao lado de alguém que sabia não ser eterno. A perda do pai, a mãe forte ao lado dela, os abraços longos que querem dizer "conta comigo", as salas e cozinhas das pessoas. As coisas das pessoas, a falta que elas fazem.
Hoje iniciou atrasado e depois ficou triste, triste demais.
O pai da minha querida Laura se foi. Soube no ônibus, a caminho da exibição do último filme de Chantal Akerman. Pensei em desistir do filme, em ficar zonza pela rua mas segui. Vi "No home movie", me emocionei profundamente no debate ao perceber que tanto Patrícia Mourão quanto Yvone Marguiles estabeleciam uma relação tão afetuosa com a Chantal quanto a minha, quanto a de outras amigas mulheres que admiro. No meio de tudo me lembrei da Laurinha falando com a voz dela "Chantaaal". Das nossas conversas. Misturou tudo: O filme sobre querer estar ao lado de alguém que sabemos não ser eterno, de uma não eternidade que logo se mostrará. Uma mulher cineasta de imensa entrega que sempre entendi muitíssimo.Uma amiga que sempre me contou desse desejo de estar ao lado de alguém que sabia não ser eterno. A perda do pai, a mãe forte ao lado dela, os abraços longos que querem dizer "conta comigo", as salas e cozinhas das pessoas. As coisas das pessoas, a falta que elas fazem.
sexta-feira, 27 de maio de 2016
Ícaro (Matisse, 1947)
Matisse diz que essas "imagens de timbres vivos e violentos" que compõe a série Jazz vieram de cristalizações de lembranças do circo, de contos populares ou de viagens. Gosto muito desse coração. Sem nenhum excesso. Ele esteve sempre aí mas só reparei com gravidade esses dias. Foi como a ponta amarela do nariz de Amélie Parayre. Desconcertante.
quinta-feira, 26 de maio de 2016
Documenteur (Agnès Varda, 1982)
Uma mulher recém separada. Sabemos pouco. A relação com o marido não deu certo após a mudança para os Estados Unidos. Ouvimos as impressões bastante denotativas dela sobre o que vê. Imagens de pessoas e do novo lugar convivem com as palavras dela em cena. Agora ela segue sozinha com o filho. Procura uma casa. A monta com objetos encontrados no lixo. Procura emprego, escreve, observa o mundo novo em volta, se questiona sobre a felicidade.
Delicado filme de Agnès Varda. Mais uma mulher sozinha, mais uma mulher que segue em frente e aos poucos se reconstrói. Em muitos momentos lembra Suzane, de Uma Canta Outra Não, na sua reconstrução calma. É o que eu mais gosto no filme: o tranquilo refazer-se. Mesmo com sofrimento. Passos dados aos poucos. Breves e significativos lampejos de esperança.
Varda a mostra sozinha, nua, na cama em frente a um espelho, não sendo a mãe, não sendo esposa. Em um momento de procura de identidade, de reconquista do corpo, de redescoberta dele. Fascinante interesse da Varda pelas mulheres sem homens e por suas trajetórias. Aqui mais uma vez o que ela consegue mostrar é belíssimo. E calmo.
sábado, 14 de maio de 2016
I'm telling them that you're in an odyssey
(Cavalos em pastel, Kath Bloom)
esse album é do ano passado. das que mais admiro no mundo. onde eu estava quando isso aconteceu? todo mundo sabe.
esse album é do ano passado. das que mais admiro no mundo. onde eu estava quando isso aconteceu? todo mundo sabe.
domingo, 8 de maio de 2016
Recuperei um quadro meu que estava fora de casa por paixão, minha.
Coloquei na parede lateral do quarto pra que ele deixasse de ser da lembrança mas sim de novo meu e pudesse voltar a circular.
Já olho pra ele e rio da minha imaturidade artística
que talvez seja minha condição atual ainda
e gosto. muito.
Coloquei na parede lateral do quarto pra que ele deixasse de ser da lembrança mas sim de novo meu e pudesse voltar a circular.
Já olho pra ele e rio da minha imaturidade artística
que talvez seja minha condição atual ainda
e gosto. muito.
quarta-feira, 27 de abril de 2016
quarta-feira, 20 de abril de 2016
domingo, 3 de abril de 2016
eu só quero que deus me ajude e o menino muito mais também
(e como fui longe numa tarde com mamãe e papai, em outra casa, em outro lugar, em que deveriam ouvir muitas vezes o disco bicho)
(e como fui longe numa tarde com mamãe e papai, em outra casa, em outro lugar, em que deveriam ouvir muitas vezes o disco bicho)
quarta-feira, 30 de março de 2016
sábado, 26 de março de 2016
sexta-feira, 18 de março de 2016
sábado, 12 de março de 2016
sábado, 5 de março de 2016
Além disso, os pintores mudavam de quadro de hora em hora, segundo as alterações que luz imprimia nos objetos com o curso do sol (Manet, Marquet). Não visitavam o Louvre para não se enterrarem lá dentro, isto é, perderem o caminho. Mas olhavam os japoneses, porque mostravam cor.
(....)
Quando um mestre trabalha com simplicidade e com grandes relações, é porque seu sentimento recusa as coisas complicadas que não lhe chegam diretamente e que não vão sem rodeios aos sentimentos dos outros. O que às vezes é tido como defeito, como falha, torna-se assim uma qualidade essencial.
(...)
Depois de ter tornado conhecimento de seus meios de expressão, o pintor deve se perguntar: "O que eu quero?", e em sua busca, tentando descobrí-lo, avançar do simples para o composto.
Se ele souber se manter sincero em relação ao seu sentimento profundo, sem trapaça nem indulgência consigo mesmo, sua curiosidade não o abandonará, e tampouco, até idade muito avançada, seu entusiasmo pelo trabalho árduo e a necessidade de aprender com sua juventude passada.
Existe coisa mais bonita?
Matisse (Paris, 1945)
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
sábado, 13 de fevereiro de 2016
domingo, 7 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
de frente para o oceano.
todas as mãos têm o mesmo tamanho:
ele estava sozinho.
o homem, sozinho na caverna, olhou,
em meio ao barulho
– ao barulho do mar –
a imensidão das coisas.
e gritou.
você, que tem um nome;
você, que tem uma identidade,
eu te amo
(...)
eu sou aquele que chama
eu sou aquele que gritava há trinta mil anos
eu te amo
As mãos negativas, Marguerite Duras (1978)
para Laura, com carinho
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